quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Jetzt ist es ganz offiziell!!!!

Bom depois de passar por toda a burocracia do Standsamt em Dortmund e Kiel, acho que agora eu posso realmente confirmar que no dia 3 de Dezembro de 2010 às 9:45 da manhã será realizado o meu casamento com o Kristian Beckers na cidade de Kiel, Alemanha!!!

Uhuuu... arrumei um louco que vai querer casar comigo!!! Heheheh. Pois é... em breve estarei casada e estou muito feliz com essa mudança :D. Que na prática não vai mudar nada... hehehe.

Eu posso dizer que nunca tive ambições muito fortes de casar e muito menos de ter toda a pompa e circunstância. Claro que eu pensava que algum dia eu queria achar alguém legal que valesse a pena ficar junto e investir em um relacionamento de verdade. Eu não tenho dúvida que essa pessoa é realmente o Kristian.

Infelizmente minha família e amigos não vão poder estar no meu casamento no civil... Mas se quiserem vir ficarei feliz!!! Será eu, o Kristian (assim espero.. heheheh) e a família dele. Mas assim que nós colocarmos a nossa vida em ordem queremos fazer uma festa bem legal aí no Brasil. Também queremos fazer uma aqui na Alemanha pra comemorar com os amigos do Kristian e com aqueles que eu estou começando a criar laços de amizade.

Só que eu manterei meu nome, continuarei a ser Frau Marquezan e não Frau Beckers ;).

Mudar de nome aí era pedir demais!!! hahahaha

Até breve!!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A engranagem da procura por emprego...

Ontem (18.11.2010 - dia que escrevi o post ;) ) fez 1 mês que eu estou na Alemanha. Pra coroar esse dia eu fui novamente chamada para ir fazer um entrevista em Paderborn. Só que agora a entrevista era com o chefão do Grupo de Redes da Universidade de Paderborn. Ele recebeu meu CV pelas mãos do outro prof. que tinha recebido o meu CV através de um colega de grupo do Kristian, que por acaso viu meu CV e achou interessante repassá-lo para pessoas que ele conhecia.

Essa última entrevista que eu fiz eu fiquei com uma boa sensação. Mas o processo em si é bem estressante. Começa com a troca de emails para saber o que exatamente o entrevistador está esperando que eu mostre pra ele. Depois é montar uma apresentação - não tão profunda mas também não tão superficial. Aí é viajar pra cidade, pegar o ônibus certo, achar a parada e o local exato da entrevista. Uma vez lá, vem a parte do primeiro contato... que é sempre algo não muito fácil... é difícil saber como agir na frente de uma pessoa que está te avaliando e que tu nunca viu antes. Nessa entrevista, o prof. pediu pra eu fazer uma apresentação de 30 min, e a sala tava cheia com os alunos e outros professores do grupo. Ufa! Vamos lá!! No momento eu pensei: eu já fiz isso antes... consigo fazer de novo!! E toquei ficha... me bater era a única coisa que eles realmente não poderiam fazer... Receber perguntas, caras feias pro meu trabalho, e constatações das milhares de coisas que eu deveria ter feito e não fiz... já não me assustam tanto... acho que já tô criando uma casquinha mais grossa nos meus "machucados", hehehe.

Aí depois da apresentação e sessão de tortura - ops... perguntas - vem o jogo pra valer em uma conversa somente com o chefão! Ter que responder perguntas do tipo: qual a sua expectativa sobre o trabalho aqui??? Eu não tinha a menor ideia do que seria o trabalho porque eu fui chamada pra uma entrevista sem existir uma vaga aberta! O que você quer exatamente??? Será que "sei lá" seria uma resposta válida!?! Bom, mas vamos lá! Faz parte do jogo! E tem que se ter um jogo de cintura, heheheh. Viva as minhas aulas de lambada quando eu era adolescente!!! Hahahaha. Quando tu pensa que acabou... não... tem mais ainda! Aí o chefão me passou pra outro professor do grupo. Eu suspeito que ele fez isso para ter uma segunda opinião. Eu fiquei jogando conversa fora com esse outro professor por mais de 1 hora!!! E haja small talk!!!! Hahahaha. Na verdade conversamos um pouco sobre trabalho (a área dele não era muito perto da minha, então fica difícil ser mais específica) mas a maior parte do tempo foi papo furado. Mas foi bem legal. O que eu mais gostei desse grupo é que eles são super alemães no jeito de ser, mas eles conseguem aliar ao jeitão alemão um bom senso de humor e uma sensação de que é agradável ficar perto deles. Eu convivi um pouco com alemães que são bem difíceis de lidar. Sabe aquelas pessoas que contestam TUDO que se diz.. pois é... não é fácil! Eu até troquei algumas brincaderias/piadas com o chefão e com o professor. Foi bem legal mesmo. No final... saí de Paderborn com uma sensação muito boa... bem diferente da sensação que eu tive na minha outra entrevista que fiz nessa cidade.

Durante esse 1 mês que estou aqui, eu já mandei 5 CVs. Tive 1 resposta de que não tem vaga no momento, 2 não responderam nada, 1 ainda está aberta o processo de submissão de CV e por isso não tive resposta ainda, e 1 que me rendeu uma entrevista (onde fui descartada pro grupo deles :( ), mas que me rendeu a indicação pra outro prof que rendeu essa última entrevista (e a possibilidade mais concreta de uma oferta de emprego).

O Kristian nesse tempo todo sempre me disse que eu precisava fazer essa engrenagem da procura de emprego girar... Que eu tinha que começar a colocar meu nome no mercado, e que aos poucos uma pessoa falava pra outra, que passa a informação adiante... até que em algum momento eu iria encontrar alguém que precisa de uma pessoa com o meu perfil.

Acho que estou conseguindo colocar essa engrenagem pra girar. Nada está muito certo ainda, e como diz o Kristian, eu só posso considerar que eu tenho um emprego depois que eu assinar o contrato. Até lá muita coisa pode acontecer e nada é certo...

Mas todo esse processo é super desgastante... Por muitas vezes eu tenho a impressão de que essa busca nunca vai terminar. É bem complicado lidar com a rejeição, ou com a falta de resposta, e principalmente com o fato de que eu nunca vou saber exatamente porque eu não fui selecionada ou porque nem me responderam... Não é nada fácil! É preciso dedicaçã e ficar atenta a sites, listas de emails, e pessoas que formam o TPC das conferências da área que se quer atuar... Tudo isso ajuda.

O fato é que não dá pra desistir! É difícil, é... mas também é possível! E o que me deixa segura é que a possibilidade de vender côco na praia está sempre disponível!!! Heheheh

Até breve!!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Deixando o Pago

Vitor Ramil
Composição: Vitor Ramil (poema de João da Cunha Vargas)

Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago

...

Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
E ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada

...

 Não preciso dizer nada... A música resumo bem....

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Momento crítico: Desligamento da UFRGS

Eu sempre soube que esse momento iria chegar novamente, mas por um tempo eu me enganei achando que talvez demorasse muito tempo. A final de contas... é Brasil, as coisas não são tão organizadas... não existe método... cada um faz o que quer...

Acho que é preciso mudar o tempo verbal dessa frase. Para minha infelicidade momentânea, o sistema da UFRGS está completamente informatizado. Agora assim que a homologação da defesa sai, o desligamento é direto :(. Isso mostra a capacidade de organização da nossa universiadade (heheh "nossa" - isso mostra bem que ainda não me desliguei).

Acho que estou tendo meu primeiro choque de realidade após a defesa de doutorado! Foram quase 11 anos na UFRGS...

Meu problema com o desligamento da UFRGS é bem prático. Eu acabo de perder o acesso a todas as melhores fontes de pesquisa: IEEE Xplorer, ACM, Springer, e talvez outras que eu nem usava.

Como sobreviver fazendo pesquisa, sem saber o que está sendo pesquisado? O que é inovador? Porque o que eu faço se diferencia do resto? Será que o meu destino é vasculhar no Google Scholar?

Só sei que esse é um momento triste! Pelo menos Dortmund me brindou com um lindo dia de sol e céu aberto! Só pra mudar um pouco a rotina das últimas semanas de céu cinza e chuva.

Ps1: Bem que o Lisandro disse que ao invés das coisas melhorem depois da defesa do doutorado elas só pioram! A gente só perde. Perde o salário, perde direitos de estudantes, perde acesso à informação...

Ps2: Fiquem tranquilos que eu vou me recuperar...




Fico por aqui....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Brasil... paraíso das oportunidades!!

Semana passada eu comecei a cair na real e perceber que preciso me mexer se eu quiser ter um emprego novamente. Basicamente os contatos mais diretos na europa que eu poderia utilizar estão fora da área de cobertura... hehehe. Na verdade eles estão sem projetos e dessa forma sem dinheiro para pagar novos integrantes.

Com isso eu tive que entrar no modo promíscuo como eu digo! Basicamente eu acho grupos de pesquisa que trabalham na minha área ou em áreas que eu gostaria de trabalhar e aí monto uma "Initiative Application" e envio por email. Em 3 lugares eu consegui criar contatos para que essas pessoas direcionassem o meu CV. Em um local eles não têm projetos no momento, outra mandei hoje o CV :D, e na terceira fui fazer uma entrevista, que foi nessa terça-feira. Essa entrevista foi no Heinz Nixdorf Institute que fica em Paderborn, uma cidade que fica a 1:30 de tem de Dortmund. Ainda não recebi nenhuma resposta ou sinal de fumaça... mas a entrevista foi estranha.

Conversando com uns amigos do Kristian, em um happy-hour nessa quinta-feira, descobri que as entrevistas de emprego na Alemanha, na área acadêmica, podem chegar a mais de 3 horas!!! Em muitos lugares eles pedem que o candidato leve uma apresentação, e depois que tu faz a apresentação eles te sabatinem, e só então é que vai pra parte de entrevista. Bom... aprendi que essa apresentação tem que possuir muitos detalhes técnicos! Coisa que não fiz na minha primeira entrevista de emprego... fazer o que! São com os erros que a gente aprende!

Mas uma coisa já deu pra sentir, a situação de empregos na Europa não é a das melhores. Os efeitos da crise de 2008 ainda podem ser fortemente sentidos. O Brasil está em uma ótima fase de expansão da pesquisa! E isso me enche de orgulho... e questionamentos... hehehe. Será que fiz a coisa certa em vir pra cá. Mas minhas razões pra mudar pra Alemanha não se restringem à trabalho ;), alias acho que se fosse pesar só a questão do trabalho eu realmente preferiria ficar no Brasil, neste momento.

No restante tá tudo indo muito bem!! :D No final de semana passado viajamos até a cidade de Kiel, que fica bem no norte da Alemanha. A irmã do Kristian mora nessa cidade. O final de semana foi muito legal, a família do Kristian me aceitou de verdade na família deles, e fico muito feliz com isso. A comunicação é engraçada... tem horas que a gente fala em alemão, claro que eu falo meu baby-german hehehe, e tem outras horas que eles falam em alemão e eu respondo em inglês. Mas no geral a gente se entende super bem! O Marido da Rike (irmã do Kristian), o Sven, fez Frikadelle e Flamkuchen!! E tava super bom!! Passei o final de semana cuidando dos 2 gurizinhos que eles têm: Lasse (7 meses) e Finn (3 anos). Sim os nomes são muito estranhos pra gente! Mas é que esses são nomes tipicamente do norte da Alemanha e dos países nórdicos, e eles gostam desse tipo de nome... fazer o que não é mesmo!

Aos pouquinhos a vida vai se arrumando e eu formando uma rotina de trabalho. Sim!! Trabalho!! Muito trabalho!! Não é porque estou momentaneamente sem emprego eu tenha ficado sem nada pra fazer ;)

Vou ficando por aqui... quando tiver mais notícias eu mando!